Sobre o Procissão do Pé Sujo

terça-feira, 21 de maio de 2013

Do the Bartman


Pra quem gostou do último post (que você pode ler ou reler logo abaixo mas, caso seja muito preguiçoso, também pode clicar aqui), sobre o Bartman, o bar do Batman - que é tipo uma bat-caverna só que mais legal -, dá play no vídeo abaixo pra saber um pouco mais da criação do espaço e o que a galera que frequenta acha. Aproveita e sente o clima. Do the Bartman, vai.
Aproveito para mais uma vez informá-los de que não estou ganhando absolutamente nada com essa propaganda (infelizmente).


quinta-feira, 25 de abril de 2013

A caverna do Batman

Se eu não encontrar mais nenhum bar tão maneiro durante essa procissão, não vou ligar muito, já tenho minha grande descoberta. Antes de qualquer coisa, já deixo o endereço do boteco pra vocês, pra ter certeza de que visitarão um dia: Rua Buarque de Macedo, 83, Catete. Fui ao Bartman:


 Como o próprio nome já sugere, a temática é toda centrada no Batman. Mas não só isso. A decoração é toda voltada para o cinema, com cartazes incríveis de filmes maravilhosos com bonequinhos de personagens famosos por toda parte. Assim que cheguei, estava tocando "O Trem Azul". Eu tenho certeza que você conhece, mas, se não se lembra, clica aqui. E a música segue nesse estilo: Elis Regina, Rita Lee e Ivan Lins interlacados com uns blues aleatórios. Enfim, todas aquelas coisas que hoje talvez sejam julgadas até meio bregas, mas a gente sabe que é legal. Logo ao sentar, um garçom - que, depois, vim a descobrir ser o dono do bar - perguntou se era a minha primeira vez ali, super simpático. Respondi que sim e ele logo foi contando da atração deste sábado, com uma banda de blues ao vivo que costumava se apresentar lá antigamente, pararam por um tempo e voltam agora. Depois um garçom veio me contar que esses shows lá são sempre muito divertidos e que dessa vez vai ter até um personagem: o Jack Sparrow. Não entendi muito bem e ele disse que tem que ir pra ver.


 Fui ao Bartman não só com a missão de conhecer o lugar, mas também para gravar uma matéria em vídeo. Jornalista tem dessas coisas, chega aquela hora que você tem que interromper a mesa do lado e perguntar se eles teriam a gentileza de falar na frente das câmeras, coisa que pouca gente gosta. Para minha surpresa, meus dois personagens foram extremamente solícitos e simpáticos, brincaram sobre a timidez mas não hesitaram em participar. Faltava abordar o dono, que tinha sido super agradável de começo. Meio acanhada, expliquei o que precisava fazer e, sem pensar dois segundos, ele respondeu: "É claro, o prazer vai ser meu! Vamos agora?". Clientela e atendimento de primeira.
O bar tem tantos detalhes que é difícil prestar atenção em todos, mas uma coisa não passa desapercebida:


 Quer dizer, os caras tem um bar maneiro, são super educados e solícitos e não só protegem a natureza como, de fato, criam algo interessante para que isso faça sentido. Bartman já tá no coração.
Mais uma vez observando todos os detalhes daquilo, notei que, nas duas televisões de lá não passava Globo. Nem a Band, ou a Record.


Em uma, Star Wars. Na outra, episódios da série antiga do Batman.
E, numa quinta-feira, em uma ruazinha perdida do Catete sem mais nenhum botecão pelas redondezas, o Bartman estava cheio. Segundo o dono me disse, estava vazio, comparado aos outros dias. Mas, dadas as circunstâncias, cheio. E sempre chegando mais gente. E era difícil que os passantes da rua não dessem uma paradinha pra olhar o lugar e até mesmo parassem por lá.
Eu juro que esse post não é patrocinado e eu não estou ganhando nenhum dinheiro com ele. Realmente o lugar é extremamente simpático. Além de tudo, bebemos 3 cervejas, num total de 18 reais. Aonde você encontra algo assim? Prestes a tomar o posto de meu-bar-preferido.
Fica pra vocês uma última mensagem de reflexão:


De dia é Alfa, de noite é bar (ruim)

Como nem só de bondade vive o homem, esse é o meu post de estreia sobre uma crítica altamente negativa - sem medo de sofrer as consequências; pode tacar pedrinha. O Alfa Bar tá virando (se é que já não virou) o novo Baixo Botafogo, o novo "pré-alguma coisa", enfim, o point da galera Malhação. Você pode encontrá-lo na Rua Mena Barreto, 94. É assim que se parece:


Estava olhando alguns comentários no Foursquare sobre o Alfa Bar e um dos pontos mais levantados por todos é a "boa frequência" do lugar. Isso certamente se deve ao que temos bem em frente: o Comuna.
O Comuna é basicamente um lugar extremanente hype no Rio de Janeiro. Em boa parte das vezes, não cobram a entrada e a cerveja é muito barata lá dentro. A carinha da galera é bem específica; modernosos que sabem muito bem o que vão encontrar lá dentro - muita gente parecida com eles. Se você gosta disso, vá para o Alfa Bar. Daí, explica-se o "boa frequência". Não importa o dia da semana, sempre vai ter uma galerinha parada por aí, dividindo-se entre Alfa e o Comuna:


Pois bem, vamos ao bar. Um fato: os atendentes estão pouco se lixando para você. Isso, por si só, já seria um motivo para nunca mais pisar lá, chega a ser muito irritante. Se não tem cadeira, eles praticamente se mostram com raiva por você ter pedido uma. E, depois de pedir, fingem que nada aconteceu, provavelmente passando por várias cadeiras vazias pelo outro lado do bar e ignorando solenemente. Você pede um copo e ele vai demorar horas pra chegar - isso se ele não esquecer na metade do percurso. Enfim, você basicamente entende o que é ser transparente.
Muita gente também argumenta com o fato da cerveja mais barata de lá. É verdade. Mas aí você se toca, como bem lembrou minha amiga Julia Gameiro (eu gosto de dar nome aos bois), no preço de uma batatinha simples:


Olha, eu não sei qual é o preço exato da batata do Outback mas, se não for isso, aposto que é bem próximo. A batata com queijo e bacon é algo tão comum na vida do bebum de bar que ele nem olha mais o preço. Sai pedindo. Depois, sente que a conta tá mais cara, mas tá bêbado o suficiente pra não conseguir calcular e acaba pagando só pra não se preocupar mais com aquilo. Ou talvez o Alfa só esteja seguinto a moda do tomate na inflação.
Apesar de revoltada, sou justa: no Carnaval, às 17h da tarde, ainda sem almoçar, eu e meus amigos (em torno de 10 pessoas) paramos no Alfa Bar como animais para almoçar. Não sei se era a larica, mas dou o braço a torcer: comidinha boa demais.
Aproveitem o horário de almoço, passem no Alfa e dividam a comida com alguém (vem um absurdo de quantidade). De noite, passa reto.

Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar

Taí um lugar que eu nunca vi, nem comi, só ouço falar: Praça São Salvador. A maioria dos caminhos que faço pela cidade implicam em passar pelo Catete/Largo do Machado mas, pelo menos pra mim, é como São Conrado: bairro de passagem e só. Não conheço muita coisa de fato, nem mesmo sei o que é mais convidativo por lá - exceto a praça, que volta e meia ouço falar (e eu juro que não estou tentando rimar... ops!).
Aproveitei, então, a desculpa perfeita que o blog me traz para conhecer o lugar e me aventurei num dos botecos da redondeza. Como o nome já diz, é uma praça que, para ser uma que se preze, deve ser como uma ilha: cercada de bares por todos os lados. Com a ajuda do meu amigo Rafael aka conhecedor-profissional-dos-botecos-do-Rio-de-Janeiro, acabei parando em um, segundo ele, famoso por ali. Tanto que disse: "Tomara que tenha mesa" - aquela velha história do pobre carioca infeliz sem espaço para ser bebum. Mas tinha:


Espero que dê para ler, mas, caso não dê: Bar do Seu Dodô. Como podem ver, não está "vaziozinho". Está completamente às moscas. Não sei se justifica, mas era uma segunda feira e na tv - sintonizada na Globo - víamos a repercussão das eleições na Venezuela. Sintam toda a vibe boteco-com-cascos-empilhados:


O ambiente é ok, por mais que me incomode um pouco com tão poucas mesas no local. Não sei vocês, mas tô acostumada com aqueles bares um do ladinho do outro, com tantas mesas que a gente nem sabe mais qual é de qual estabelecimento, além de sempre caber mais uma, a ponto de ficarmos aflitos na hora de ir no banheiro porque simplesmente não há passagem. Mas certamente é uma opção menos barulhenta, até por ser um tantinho mais afastada da praça. Geralmente, na São Salvador, sempre tem muita gente jovem reunida (valeu, Elis) com música, voz alta e tudo o mais.
Mas na verdade, na verdade mesmo, eu queria puxar um detalhe da foto:


Por mais que o colorido daqueles cascos dispersem a visão, esse cartaz grita aos olhos. Principalmente depois de umas 4 garrafas de cerveja, quando já tá dando aquela fome voraz e você se sente plenamente capaz de comer um boi qualquer. Pedi o tal "croquete holandês", e de calabresa, só pra tornar tudo melhor. E eles chegaram:


 Bom, vamos às considerações: primeiro de tudo, como está escrito na foto, só se aceita cartão no débito. Isso é bem chato pra quem é pobrinho no final do mês. E todo mundo sabe que é no final do mês que a tensão é maior e a vontade de parar em um bar também. Eu sempre pago comida/bebida não no débito nem no crédito, mas no Ticket Restaurante. Lá, eles também não aceitam. Logo, é basicamente um lugar que eu não frequentaria, porque chega a dar uma dor no coração. São seis croquetes. Duas pessoas na mesa. Três croquetes pra cada uma. Dá pra enganar o estômago por um tempinho, afinal, são apenas petiscos (apesar do Boteco do Seu Dodô dispor de um cardápio de pratos quentes). Outra coisa legal é que eles vieram bem sequinhos; dá pra notar que não tem mancha de gordura logo abaixo deles. Tudo bem, os caras podem simplesmente ter deixado jorrar óleo num papel qualquer e depois terem colocado nesse daí, mas sejamos sinceros: pelo menos eles se preocuparam em fazer isso. O molho, sinceramente, eu nem senti. No fim das contas, era só ok mesmo (e gostaria de atentar novamente para o fato: era de ca-la-bre-sa. E mesmo assim foi só ok). Aquele cartaz foi meio enganador.
Por último, mas não menos importante, vamos ao sentido disso tudo:


Cerveja popular no preço normal, cerveja um pouco mais refinada apenas um real a mais. Achei justo. Vinha sempre geladinha na medida certa e o atendimento foi bacana, sem excessos (o "sem excessos", na minha opinião, é uma coisa ruim. Gosto daquele garçom que se sente meio intímo - sem fazer o chato, claro, mas aí é questão de gosto, que é igual aquilo que cada um tem o seu). O banheiro é meio sujinho, te dá aquela sensação de se policiar para não tocar/esbarrar em nada, o que não é lá uma grande novidade.
No mais, aventurem-se na São Salvador (caso optem pelo Boteco do Seu Dodô, no número 83) mas evitem às segundas-feiras!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Voluntários da Pátria, número 1

Longe de mim querer puxar sardinha pra algum lado, mas aviso que minha primeira sugestão pra vocês já tinha endereço certo. Mais precisamente na rua Voluntários da Pátria, número um, em Botafogo. Às vezes o coração fala mais alto, principalmente quando você percebe que a cerveja do vizinho nunca é mais gelada do que ali. Tudo bem, tudo bem, exceto nos dias em que o termômetro do Rio beira os 50 graus. Quem me conhece sabe que estou falando do já-amado-por-muitos Panochelli (não tem graça se não falar com sotaque italiano!).

Anota esse número. Eu tenho cer-te-za de que você vai precisar dele.


A rua Voluntários da Pátria é certamente a parte mais famosa do bairro de Botafogo. De dia, é um centro comercial. Chega a lembrar Madureira de tanta loja - com menos gente, é claro. É bom lembrar que não há nenhum lugar mais povoado do que Madureira. De noite, o começo da rua, apelidado carinhosamente de Baixo Botafogo, vira um pólo gastronômico. Bem, isso é o que falam pra não ficar chato. A gente sabe que é um pólo beberrônico mesmo. E dos bons. E dos cheios:


Acho que nunca vi a Voluntários mais vazia do que isso. De verdade.


O Panochelli é o exemplo mais claro da alma do pé-sujo - e é limpinho! A rua já te proporciona esbarros com conhecidos o tempo todo. Por ali, não tem aquela história do "Pô, vamos marcar algo um dia". Precisa se preocupar com isso não. Dá uns cinco minutinhos pra aparecer o seu melhor-amigo-de-vida-da-última-semana. Ele VAI aparecer. Ele vai sentar na sua mesa. O papo vai ser ótimo. Se não for, espera, espera, o próximo já tá chegando. De quebra, ainda vai encontrar aquele carinha que você curte todos os status do Facebook, mas nunca viu ao vivo. Ele não vai estar no mesmo bar que você (isso já está comprovado pela Lei de Murphy), mas faz aquele carão que eu sei que você aprendeu escondida nos vídeos da Julia Petit e espera o bofe se manifestar no Spotted: Fosfobox. O mesmo vale para os meninos leitores; esse blog não é sexista.
Como se tudo isso ainda não fosse um grande motivo suficiente, te dou outro: o garçom mais fofo do Rio de Janeiro trabalha bem aqui. O Ed é simpático, atencioso e adora conversar. Se você for do tipo pontual, pode vir sem medo, ele te fará companhia. Além do mais, ele sempre vai arranjar uma mesinha pra você. Não tem nem um buraquinho perto do pizzaiolo?


"Tem problema não, Ed. A gente fica aqui nessa muretinha, tá show de bola"


Pra ninguém ter que parar na UPA, é sempre bom colocar uma coisinha pra dentro, ao invés de ser pra fora, né? O Panochelli tem um pizzaiolo craque que merecia uma gorjeta e um beijo na bochecha de cada cliente que passa por lá. O tadinho fica o dia inteiro num calor digno de Saara (o deserto mesmo, mas até pode ser o Saara do centro também) e umas pizzas maravilhosas saem daquele cafofo. A parte chata é que eles tinham um cardápio baseado no filme O Poderoso Chefão que foi extinto. Era bem legal pedir pelo Don Vito Corleone. Nada se compara a isso, mas eles mantiveram as gracinhas:


Não posso olhar pra descrição da pizza Panochelli que já estou desejando


Por ironia do destino, a pizza mais amada do bar é muito simples e não tem nome sofisticado. Eu sei que vocês vão fazer careta pra uma pizza de alho. Sugiro que provem antes do julgamento. Vou deixar uma foto de prova, e nem preciso lembrar que certas  imagens de fato valem mais do que 1000 palavras:


Esperei a madrugada chegar só pra dar fome em vocês


Aproveita que hoje é segunda-feira e já programa sua visita ao nosso querido Panochelli. Sem hora marcada pra ir embora.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Um brinde à estreia

Não sei se é o calor do Rio de Janeiro, o estresse com o trabalho ou só carioquice mesmo, mas o fato é que os bares daqui estão cada vez mais cheios. Talvez os happy-hour tenham se firmado como rotina, talvez os Alcoolicos Anônimos tenham perdido essa luta ou quem sabe seja mais uma forma torta de protestar contra o Marco Feliciano - que, deixemos claro de abrupto: não me representa; podemos ainda optar pelo otimismo que nos leva a concluir que as pessoas só querem um lugar pra jogar conversa fora e discutir polêmicas (ou não) sem que os chatos do facebook reclamem do ato mais primitivo do ser-humano, falar. A verdade é que os nossos botecos estão cada vez mais cheios, do Leme ao Pontal (passando por São Gonçalo e Bangu).
Na verdade, eu acho lindo que estejam. Já cansei de me frustar ao marcar um barzinho com alguém e ela ter a cara de pau de vir com a infâmia: "Pô, eu não bebo". Se você já acha essa resposta imoral, sempre tem alguém pra mandar aquela ainda pior: "Tudo bem, mas vamos em algo mais chiquezinho? Não bebo cerveja". Graças à Nossa Senhora da Fermentação, esse tipo encontra-se quase extinto. Todos nós sabemos que a cerveja é praticamente uma religião a ser seguida. E os botecos, nossas igrejas. Não poder rezar por lotação máxima é quase um pecado pros beatos.
Problemas expostos, vamos às soluções: aqui, vou apresentar um pouco do que mais gosto em termos de pé sujo da cidade e ajudar a desafogar o trânsito dos beberrões. Não sei bem o que vocês entendem por isso. Ao falar "pé sujo", não me refiro a um quadrado nojento da Prado Júnior, em Copacabana. O pé sujo tem alma, e não aparência. Pé sujo é aquele lugar em que se come batata gordurenta com cheddar por cima no meio da larica (e você ainda fala pra todo mundo na mesa que nunca comeu nada melhor) e, na segunda visita, já se está amigo do garçom. Na terceira, já adicionou no facebook. Ainda não entendeu muito bem? Segue as minhas dicas que você vai sacar o espírito. Quem me conhece, sabe que não meço limites para as críticas. E nem para os elogios.

Tim-tim!